A Gaivota
A Gaivota (1974), de Tchekov, em tradução de Barbara Heliodora.
Elenco:Teresa Rachel, Sergio Britto, Renata Sorrah, Carlos Augusto Strazzer, Cecil Thiré, Monah Delacy, Luís de Lima, Helio Ary, Renne de Vielmond e David Pinheiro
Direção: JorgeLavelli.
No Teatro Municipal e depois no Teatro Teresa Raquel.
Figurinos e cenografia de Cláudio Segóvia
Produção de Sergio Britto e Tereza Rachel.
O doentio e hipersensível escritor de vanguarda, Treplev; sua mãe Arkadina, atriz famosa e em declínio; Trigorin, amante de Arkadina, escritor consagrado mas medíocre; Nina, jovem romântica por quem Treplev está perdidamente apaixonado e que, para seu infortúnio, apaixona-se não menos perdidamente por Trigorin; todos eles, e mais uma meia dúzia de personagens igualmente vencidos pela vida, cumprem-na fazendo da família de Arkadina o seu trágico e medíocre destino, com uma mistura de conformismo e revolta que constitui uma das constantes do universo tchecoviano. A gaivota do título aparece na peça como o cadáver de uma ave estupidamente abatida por Trigorin, e simboliza o patético personagem de Nina, ela também, no sentido figurado, abatida em pleno voo. Mas igualmente todos os outros personagens tem algo de pássaro cujo potencial de voo foi brutalmente cortado pelo vazio da vida.
“José Mauro Gonçalves, então diretor do Municipal, quis me presentear com a produção de um espetáculo no palco do nosso teatro mais importante. Converando com Tereza Rachel, ela me falou de Jorge Lavelli, diretor argentino que vivia em Paris e fazia muito sucesso. Ela me diz que poderia traze-lo para o Rio e que poderíamos montar A gaivota de Tchecov, peça sobre a qual ela, Tereza, já tinha conversado com o diretor argentino. O ano de 1974 foi muito rico. Partricipei desse Tchecov, dirigi La Traviata – minha estréia como diretor de ópera -, e no meio do ano viajei com o Victor Garcia com os Autos sacramentales, de Calderón de la Barca. A gaivota foi a peça que mais ficou dentro de mim, o melhor Tchecov já montado no Brasil até hoje.” – Sergio Britto