A Última Gravação De Krapp e Ato Sem Palavras 1

A Última Gravação De Krapp e Ato Sem Palavras 1 (2008) de Samuel Beckett.

Elenco: Sergio Britto.

Direção: Isabel Cavalcanti.

Em 2008 no Teatro Oi Futuro – Rio de Janeiro.

Em 2009 no Teatro Ginástico no Rio e no Teatro SESC Santana em São Paulo.

Sergio recebeu todos os prêmios como melhor ator, tais como o Prêmio Shell e o Prêmio Faz a Diferença, entre outros.

Dois textos curtos do dramaturgo inglês. A última gravação de Krapp é um monólogo escrito em 1958 para o ator irlandês Patrick Magee. Em cena o velho Krapp, escritor, grava os acontecimentos mais marcantes do ano que passou e escuta passagens dos anos anteriores, hábito cumprido por ele em todos os seus aniversários. Ato sem palavras I, criada em 1956 para o ator e dançarino Deryk Mendel, traz um homem no deserto que persegue em vão a sombra de uma árvore e água.

 

“O sexto capítulo é dedicado à aventura que foi criar Samuel Beckett com a direção de Isabel Cavalcante.

Samuel Beckett, produção do Oi Futuro, estréia em agosto de 2008. Duas pequenas peças: A última gravação de Krapp e Ato sem palavras I. Ganhei todos os prêmios possíveis. Os prêmios são importantes e quando são tantos de uma só vez falam que uma coisa especial aconteceu.” – Sergio Britto

“A partir desse momento, começamos realmente a ensaiar. No terceiro sinal, Krapp, batendo o seu ritmo de passos com o barulho que os sapatos fazem, entra em cena. Ele olha o ambiente. O seu olhar é só vazio, esse vazio deve ser terrível. Krapp puxa o relógio, olhas as horas, guarda o relógio, pensa nas bananas.” – Sergio Britto

“Nas gravações do Krapp mais jovem, ouço falar da morte da mãe. Dói, mas dói dentro. Não preciso representar essa dor, é só pensar, e pensar aqui é sentir. Tenho imagens perfeitas sobre a morte da minha mãe, entre elas a conversa que tivemos sobre a morte iminente, quando chegamos à conclusão que não queríamos que ela morresse, mas isso talvez fosse acontecer.

Mandei alguém embora e, das pessoas que eu mandei embora, me arrependi depois. Uma delas, ficou com uma imagem definitiva da dor sofrida, com a morte dessa pessoa anos mais tarde.

Beckett é uma experiência tão especial que eu não sei se tenho as palavras exatas para falar dela. Só posso garantir que foi talvez a experiência mais importante de toda a minha carreira. Barbara Heliodora disse que eu estava perfeito. Macksen Luiz matou a charada quando disse que nesse Krapp surgia um Sergio reinventado pela Isabel. É exatamente isso.” – Sergio Britto