Teatro Maria Della Costa
“Maria e Sandro me falavam de seu teatro desde 52, quando viajamos juntos cem dias pelo Sul. Quando voltaram da Ítalia, no início de 54, eles já me falavam de Gianni Ratto,o famoso cenógrafo do Piccolo Teatro di Milano, figura obrigatória de todas as enciclopédias de cenografia européia nos anos 40/50.
Ratto queria dirigir e achava que era melhor começar essa carreira, nova para ele – cenógrafo celebrado como um dos três maiores da Itália, fora de seu país, longe do Piccolo.
Maria me contou, um dia, que a peça de estréia era L´Alouette, e me deu o texto para ler.Foi a partir dessa peça que eu comecei a descobrir antecipadamente qual era o personagem certo pra mim em cada texto.” – Sérgio Britto, trecho do livro “Fábrica de Ilusão”.
“No mesmo ano de 1954, Maria Della Costa e Sandro Polônio, seu marido, preparavam a estreia do Teatro Maria Della Costa, na rua Paim, uma transversal da Nove de Julho.
Quando vou a São Paulo e passo pelo teatro, às vezes uma lágrima discreta corre no meu rosto, saudade de um tempo de crescimento, época de muito prazer.
O teatro estreou com O canto da cotovia, de Jean Anouilh, direção de Gianni Ratto.
Lembro da Maria me emprestando o texto que íamos montar: Quero que você adivinhe qual o seu papel….Eu sabia que a peça era sobre Joana D´Arc. Conhecia um pouco da história e não foi preciso nem ler o texto para saber que o meu papel era o Delfim.” – Sérgio Britto, trecho do livro “O Teatro & Eu”