A noite dos campeões

A noite dos campeões (1976), de Jason Miller.

Direção: Cecil Thiré.

Cenário e figurino: Colmar Diniz.

Produção: Sergio Britto.

Elenco da montagem no Rio: Sergio Britto, Carlos Kroeber, Italo Rossi, Otavio Augusto e Zanoni Ferrite.

No Teatro Senac.

Elenco da montagem em São Paulo: Claudio Correa e Castro, Sergio Mamberti, Raul Cortez, Jonas Mello e Edney Giovenazzi

No Auditório Augusta.

Ganhou o prêmio Moliere de melhor direção para Cecil Thiré.

Moliere de melhor ator para Ítalo Rossi.

Moliere de melhor ator para Raul Cortez.

Prêmio IBEU melhor montagem de peça americana.

Prêmio SNT como um dos cinco melhores espetáculos do ano.

 

História de cinco personagens que nos anos 50, num colégio no interior dos Estados Unidos, obtiveram uma grande vitória no basquete. Esses cinco titulares do time eram muito ligados, pontificando entre eles a figura do treinador, como a influência constante. Essa peça surpreende esses personagens no vigésimo aniversário da vitória. No decorrer da peça, nota-se a ausência do quinto jogador. A razão pela qual ele não compareceu é a própria revelação da peça.

 

“Vinte anos antes, eles tinham sido campeões, e para que essa vitória acontecesse um deles tinha acabado com um jogador rival, um negro, que mais tarde, devido aos ferimentos recebidos, tinha morrido. Essa vitória amoral, criminosa, os liga até o presente. O treinador do passado ainda é o líder da turma e ele os convoca para essanoite em que se comemora mais um aniversário da antiga vitória. Foi um bom espetáculo. Cecil segurou muito bem um elenco cheio de individualidades e fez com eles um espetáculo de ritmo seguro e grande efetividade teatral. Guardo boas lembranças desse espetáculo, quer pelo resultado em si, peça agradável de fazer, quer pela amizade que nos unia a Zanoni, Kroeber, Ítalo e Cecil.” – Sergio Britto – Trecho do livro “Fábrica de Ilusões”.

 

“A peça, eu tinha visto em Nova York, em 1973, ” That championship season”, para nós,”A noite dos campeões”. Um grupo de amigos, aparentemente boa gente, todo ano se reúne para comemorar uma vitória no basquete, ainda do tempo da universidade. Amigos que se encontram ano após ano e comemoram uma vitória da juventude. Aparentemente um tema positivo, mas isso fica só na aparência. Eles comemoram uma vitória do seu time de basquete e a reunião se faz sempre na casa do mais velho deles, o ex-professor que dirigia o time vencedor. Eles celebram a vitória que lhes deu um título de campeão universitário. Para conseguir essa vitória, o técnico improvisado percebeu o poder de um jogador negro do time adversário. O negro estava vencendo sozinho o time deles. O professor é taxativo: acabem com ele. Eles acabaram com o negro e, o mais grave, a brutalidade foi de tal nível que o negro morreu no hotel para onde foi carregado.” – Sergio Britto