Efeitos dos raios gama nas margaridas do campo

Sergio Britto dirigiu a  peça “Efeito dos raios gama nas margaridas do campo” (1973), de Paul Zindel, em tradução de Barbara Heliodora, para a Cia Eva Todor.

No teatro Senac.

Elenco: Eva Todor, Maria Helena Pader, Patrícia Bueno e Marina Sanches.

Cenários e figurinos: Pernambuco de Oliveira.

 

“Eu já tinha dirigido Eva em 1970, na peça “Em família”, de Oduvaldo Viana Filho. Em 73 ela me pede para dirigi-la no personagem doentio, completamente neurótico, da mãe de Os efeitos dos raios gama nas margaridas do campo.

O trabalho foi duro. Eu sei que fui muito duro com ela. Era preciso tirar dela todo o charme, todo seu ar de menina engraçada que fizera o seu nome nas temporadas do Teatro Serrador, sempre assistidas por um público fiel.

Eva sofreu, mas chegou na estréia dentro do personagem. Houve muita gente surpreendida com o resultado.” – Sergio Britto – Trecho do livro “Fábrica de Ilusões”

“Em 1973 dirigimos Eva Todor em “Efeitos dos raios gama nas margaridas do campo”. Eva tinha escolhido o texto. Eva, essa não é uma peça comum no seu repertório, pode até assustar uma parte do seu público… Ela confirmou que tinha gostado do personagem. Bom, se você quer experimentar um lado seu de atriz pouco trabalhado, tudo bem, mas não pense no sucesso de público que você costuma ter.

Logo num dos primeiros ensaios Eva tinha que dizer: “Minha vida é um cú”. Ela me pediu: “Não posso dizer minha vida é um cú?” Parei o ensaio. “Eva, eu vou sentar na plateia e você vai dizer minha vida é um cú cinquenta vezes sem parar. Eu vou contar.” Eva obedeceu. Foi uma brava luta.” – Sergio Britto