Missa Leiga

Missa Leiga (1973) de Chico Assis.

Elenco: Sergio Britto, Ivone Hoffman, José Carlos Gondim, Gylza Valadão, Denise Stocklos, Eduardo Andrews, Rita de Cassia, Fernando de Souza, Tony D’Andretta, Enio Gonçalves, Maria Rita, Paulo Duarte, Silvia Heller, Dulcilene de Moraes, Higor Bittar, Alberto Guerra, Marcello Todeschini, Afonso Gregorio, Norma Sueli, Pedro Veras, Mirna Gozick, Ada Chaseliov, Davi Pinheiro, Ana Maria, Eduardo Machado e Luiz Velho.

Direção: Ademar Guerra.

Música: Cláudio Petraglia.

“Em 1973 o acaso ajudou. Depois de montar no Teatro Senac a peça A festa de aniversário, de Harold Pinter, produzi ainda A missa leiga, de Francisco de Assis e Cláudio Petraglia. Nesse 73, essa peça era considerada um libelo político muito forte contra a ditadura. Tentamos uma viagem pelo Brasil depois da temporada carioca, mas não fomos longe. Em Belo Horizonte o público, incentivado pelo texto e pela encenação, começou a gritar abaixo o governo. A partir daí a censura agiu por meios indiretos: o Ministério da Educação habilmente disse que não havia verbas para uma prometida viagem ao norte do país” – Sergio Britto, falando sobre A missa leiga – Trecho do livro “O palco dos outros: caderno de viagens, 1973-1992.”

“Assisti a Missa leiga em 1972, São Paulo, dois dias depois da minha primeira operação de garganta.Lembro que a impressão que o espetáculo me deu foi bem diferente do que eu tinha ouvido comentar.  No dia que eu vi o espetáculo pela primeira vez, não aconteceu nada que justificasse a controvérsia para a qual eu tinha ido preparado… Acreditem seus descrentes, como eu mesmo tinha sido, descrente, em relação ao espetáculo em São Paulo, a Missa Leiga foi para muita gente do público que a viu em 73, uma das mais importantes tentativas de furar a censura e falar de tudo que acontecia nesse país naqueles malditos tempos” – Sergio Britto – Trecho do livro “Fábrica de Ilusão”.